sexta-feira, 6 de maio de 2011

Filhos são nosso espelho...

O Dia das Mães está quase aí (obaaa!!!). Momento ideal pra falar de algo que já faz um tempo anda passeando pelos meus pensamentos...

Ser mãe é algo realmente extraordinário!




Uma escola permanente, onde ingressamos assim que descobrimos a gravidez e só saímos quando o "Cara" lá em cima chama a gente em definitivo. E isso vale para os pais também, que só não tem o prazer de carregar o filho no ventre, mas o resto...

Temos momentos maravilhosos - ver nascer, amamentar, ver crescer, fazer bagunça com eles, as primeiras palavras, ouvir "eu te amo" e saber que é do fundo do coração, receber abraços e beijos cheios de carinho, os olhinhos brilhando quando nos reencontram no fim do dia... nossa, tantas coisas que eu passaria um dia inteiro escrevendo...

Tem os momentos que dá vontade de fugir de casa - as infernais cólicas dos primeiros meses, as birras, as horas que resolvem nos afrontar e fazer só o contrário do que mandamos, quando ficam doentes e deixam a gente com o coração na mão, as noites mal dormidas, brigas intermináveis com os irmãos... Essa lista consegue ser bem longa também!!

Mas o que tem realmente me marcado ultimamente, e me surpreendido cada dia mais, é o quanto eles conseguem ser nossos espelhos. E o quanto isso põe em xeque a maneira como os educamos.



A Júlia está com 5 anos e está cada vez mais parecida com a gente (eu e o Paulo). Isso é fantástico!! Ver nossos traços, trejeitos e habilidades crescendo e assumindo vida própria.

Pois é... vida própria. Significa que ela já tem personalidade e sabe muito bem o quer e o que não, o que é certo e o que é errado. Pensa e tira conclusões por conta própria. Aliás, isso tem aumentado consideravelmente a frequencia das nossas brigas (eu + ela), junto com os questionamentos e observações que ela faz, tentando ter suas vontades atendidas ou contestando nossas atitudes.

E esse é o ponto - ATITUDES! Educar os filhos é a mais delicada, complicada, e por vezes contraditória, tarefa que pode haver nesse mundo. Já me disseram, mais de uma vez, que isso só vai piorar...enquanto são pequenos, estamos na parte fácil!...

A Júlia anda com acessos de raiva e crises de choro quando os brinquedos "não fazem o que ela quer"; quando a figurinha teima em descolar ou quando tiramos do lugar as coisas que ela, cuidadosa e meticulosamente, arrumou (normalmente nos lugares mais "perigosos" - na parte mais estreita da estante, na ponta da mesa, no canto do bidê...perfeito pra alguém esbarrar e derrubar ou a Alana alcançar). E se estressa por um monte de motivos mais, numa lista que também cresce a cada dia.

Tenho usado o discurso que manda a cartilha da mãe coerente - "Não adianta ficar brava. Aí mesmo que as coisas não funcionam. O melhor é deixar de lado um pouco, brincar com outra coisa e depois voltar..."  Ou "vamos descansar um pouco, você está cansada e está sem paciência".... O resultado, normalmente, é um xingamento (o pai e mãe sempre são os culpados de tudo!) e uma porta batida (nem quero ver quando chegar nos 15!)

Mas tenho que confessar - eu, no lugar dela, faria a mesma coisa. Aliás, já fiz (tanto!) e tenho vontade de fazer a mesma coisa muitas vezes. Há alguns dias ainda, com um monte de encomendas para entregar e minhas máquinas de costura resolver quebrar - as duas!! Tive vontade de jogá-las na parede...

Sim, me controlei......... joguei um tênis - não quebra e o efeito é quase o mesmo (pode experimentar, é um santo remédio!)

Quem não tem seus acessos de raiva??! (criei até um blog pra falar deles...ha!) Já esbravejei várias vezes - "Mas que m....". Depois tive que escutar - "mãe, que coisa feia ficar falando esses nomes. Isso não pode!"...... Se você tem carro já deve ter escutado: "Mãe, você esqueceu de colocar o cinto..."........ "Pai, isso não é lugar de deixar os sapatos, onde já se viu..."

É literalmente a lei do "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço"...Podia ser "... só faça depois dos vinte, quando responder pelos próprios atos..."

Cheguei a conclusão que ser mãe é também ser meio hipócrita... Ficar bravo, com raiva, triste, chorar porque as coisa dão errado, querer nossas vontades atendidas...quem não quer?? Adultos e crianças são iguais nessas horas. A diferença é que, como adultos, precisamos nos controlar... infelizmente.

Às vezes é muuuuito bom explodir! Colocar as bruxas pra fora... Não concorda?

Isso tem me feito pensar muito na hora de conversar com a Júlia. Tem horas que um simples "isso pode" ou "isso não pode" não funciona. O "por que?" precisa de resposta, e aí é que são elas! "Porque é feio" não serve!

Sei que a sociedade tem regras e que elas precisam funcionar, pra não virar baderna. Mas tem coisas que às vezes, mesmo erradas ou feias, a gente tem que fazer, sem se importar com o que os outros pensam. Viver à mercê da sociedade, dando mais valor às aparências e à opinião alheia é pedir pra viver no analista.

O que precisamos é de princípios e respeito. Respeito pelos outros, pelo planeta, pelas regras, mas principalmente, por nós mesmos (se seu filho apanha todo dia na escola (bulling), não dá vontade de mandar revidar? Ou vai querer que ele cresça com medo e submisso??)

Vou pegar emprestado de novo o que falou a pedagoga da escola da Júlia - ter filhos inteligentes, letrados, com boa formação, várias línguas no currículo, amante de esportes e arte, é fácil. O que está bem mais complicado, com a chuva de informação e tecnologia que temos ao nosso redor, é conseguir ensinar o que vai por dentro - respeito, honestidade, compaixão, amor. Dar subsídios para eles crescerem tornando-se adultos com opinião, autênticos, seguros de si e capazes de lutar pelo que realmente os fará felizes, valorizando os sentimentos e não as posses. E tudo isso, sem atropelar, pisar, nem magoar ninguém pelo caminho, afinal, os outros tem o mesmo direito.

Outra coisa que a cada dia tenho mais convicção - os filhos é que são os verdadeiros mestres. Nós temos que educá-los, mas são eles que nos fazem pessoas melhores. Em outro momento raivoso, prestes a explodir, um lampejo de coerência conseguiu abrir caminho no meio do turbilhão e me fez pensar: use seu discurso e faça você também o que diz - pratique o que você ensina pra sua filha!

Levantei, esbravejei (isso não dá pra evitar!), respirei fundo umas dez vezes, tomei água e, por algum tempo, fui achar outra coisa pra fazer. E não é que funcionou!!

UM FINAL DE SEMANA BEM ESPECIAL,
PARA MÃES, PAIS E FILHOS!!

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